Malditos Inocentes é um projeto que expõe a deterioração humana em todas as suas formas. As músicas abordam injustiças, guerras, corrupção e as mazelas de uma sociedade cada vez mais cruel, suja e narcisista.


Álbum

Nas esquinas, a guerra urbana aparecia nos olhos cansados dos moradores; nos becos, a corrupção tinha cheiro; nos prédios altos, o narcisismo se escondia atrás de janelas espelhadas. Eu anotava tudo, como se cada palavra fosse uma fotografia da decadência humana.


Músicas

1. Beijo de Judas

Ninho de cobras, porque eles pensam
Que estão vivendo nos jardins do Éden
Borrando o mapa, quando eles tentam
Impedir aqueles que impedem
Rasgando o véu, tomando a dor
Olho por olho, votos por favor
Dinheiro sujo, cachê esperto
O que é bom, não é o que dá certo
Beijo de Judas
Carinho de um traidor
Movendo a lama, roendo o osso
Pagando o preço por cair no poço
Jogando sujo, roubando o jogo
Matando antes para não ser morto
Testa de ferro, embriagado
Sentindo o cheiro que exala ao lado
Investidor ou empresário
Mas que bagunça é a porra do cenário
Beijo de Judas
Carinho de um traidor
Beijo de Judas
Beijo de Judas
Judas


2. Trono de Cinzas

Na corte do rei, contratos de sangue
O povo ajoelha e só pensa em revanche
Quem tenta lutar, já se perde na trama
O rei se alimenta da dor que proclama
Trono de cinzas, coroa quebrada
A voz que domina, promessa marcada
O ouro é veneno, a ferida é selada
Na mão do tirano, a justiça é calada
Correntes se arrastam, a noite consome
O grito resiste, o povo com fome
As sombras dominam, o ódio é a lei
A chama que queima por mais de uma vez
Trono de cinzas, coroa quebrada
A voz que domina, promessa marcada
O reino se ergue, e nunca acredita
Que o povo desperto, destrói as mentiras
Trono de cinzas, coroa quebrada
A voz que domina, promessa marcada
O reino se ergue, e nunca acredita
Que o povo desperto, não sente as feridas


3. Filhos da Mesma Terra

Filhos da mesma terra, separados pelo medo
Crescem sob o eco antigo, de promessas e segredos
Cada lágrima derramada, alimenta um novo grito
E o ciclo nunca acaba, sempre volta ao início
E líderes seguem falando sobre honra e proteção
Mas a paz se perde fácil quando o ódio é tradição
Se no fim ninguém vê a dor que causou
Se cada passo deixa sangue onde pisou
E matam em nome de um bem maior
Mas quem colhe o bem quando só resta o pior
Se no fim ninguém vê a dor que causou
Se cada passo deixa sangue onde pisou
E matam em nome de um bem maior
Quem colhe o bem quando só resta o pior


4. O Senhor da Guerra

Pontes de ferro queimando no ar
Sangue é petróleo, soldados ao mar
Bandeiras rasgadas que viram carvão
A paz é refém da própria nação
Mísseis e drones, o mundo a cair
Cidades em cinzas, ninguém vai fugir
Do senhor da guerra, o fim vai nascer
O canto da morte a todos vencer
E quando o sol parar de brilhar
E a terra ferida deixar de sangrar
No silêncio eterno, o eco do mal
Um planeta sem voz, o juízo final
Mísseis e drones, o mundo a cair
Cidades em cinzas, ninguém vai fugir
Do senhor da guerra, o fim vai nascer
O canto da morte a todos vencer
E quando o sol parar de brilhar
E a terra ferida deixar de sangrar
No silêncio eterno, o eco do mal
Um planeta sem voz, o juízo final


5. Prisão sem Grades

No bolso de quem manda o tempo dobra, se ajoelha
A verdade vira sombra quando o ouro se assemelha
E quem tenta acender a luz acaba preso na centelha
De um fogo que consome até a própria natureza
E a cidade vai dormindo, sob o fardo dessa trama
Cada rosto refletido, preso na poça de lama
É ferrugem nas correntes
É veneno no jardim
É a mão que aperta a outra
Pra esconder o próprio fim
É silêncio que incomoda
É muralha de marfim
É o preço que se cobra
De quem tenta ser assim
Nos degraus da velha torre, passos fortes, desespero
Nomes trocam de lugar num labirinto traiçoeiro
E a justiça algemada, perde o rumo verdadeiro
Caindo em armadilhas feitas com o nosso dinheiro
Enquanto alguém está no topo, controlando esta chama
Decidindo quem respira, quem se vira, quem reclama
É ferrugem nas correntes
É veneno no jardim
É a mão que aperta a outra
Pra esconder o próprio fim
É silêncio que incomoda
É muralha de marfim
É o preço que se cobra
De quem tenta ser assim
Mas toda sombra vira luz, quando nasce uma verdade
Até o mármore se racha, com o peso da maldade
A chuva cai e o vento corta, toda essa falsidade
Devolvendo às vozes mudas, sua própria liberdade
É ferrugem nas correntes
É veneno no jardim
É a mão que aperta a outra
Pra esconder o próprio fim
Se a verdade abre caminho
A mentira vai passar
É o dia que renasce
Quando a máscara quebrar


6. O Anjo Caído

Prometem verdade, entregam veneno
Sorriso comprado, discurso pequeno
A imprensa que vende o herói de ninguém
Ideologia forçada é te fazer de refém
É tudo teatro, maquiagem e pó
Enquanto te aplaudem, te fazem um nó
Falsos profetas pedindo atenção
Te usam, te sugam, te fazem ladrão
Gritam justiça, mas querem poder
Te mostram a noite pra você não ver
O anjo caído governa a nação
Só sobra fumaça e indignação
Prometem verdade, entregam veneno
Sorriso comprado, discurso pequeno
A imprensa que vende o herói de ninguém
Ideologia forçada é te fazer de refém
É tudo teatro, maquiagem e pó
Enquanto te aplaudem, te fazem um nó
Falsos profetas pedindo atenção
Te usam, te sugam, te fazem ladrão
Gritam justiça, mas querem poder
Te mostram a noite pra você não ver
O anjo caído governa a nação
Só sobra fumaça e indignação


7. Entre o Estado e o Crime

Na periferia o dia termina em tensão
Dois poderes calam vidas sem razão
As ruas fechadas que nos deixam na prisão
Corroem a alma de quem decide ou não
É fácil julgar sentado em segurança
Difícil é respirar onde a noite não descansa
E quem nada fez se torna alvo no caminho
Onde o medo governa e você segue sozinho
Porque a guerra não escolhe
Mas sempre encontra o fraco
Entre o Estado e o crime
É o inocente que sofre de fato
E quem observa de longe
Traduz desastre como ato
Quem não teme a própria sorte
Não sabe da vida e
Não consegue entender a morte
É fácil julgar sentado em segurança
Difícil é respirar onde a noite não descansa
E quem nada fez se torna alvo no caminho
Onde o medo governa e você segue sozinho
Porque a guerra não escolhe
Mas sempre encontra o fraco
Entre o Estado e o crime
É o inocente que sofre de fato
E quem observa de longe
Traduz desastre como ato
Quem não teme a própria sorte
Não sabe da vida e
Não consegue entender a morte


Maldito ou Inocente?

Passei anos escrevendo no silêncio, guardando letras que nunca viram a luz. Eram memórias e reflexões presas no papel. Escrevo sobre guerras e injustiças, a sujeira escondida na sociedade e o lado humano que ninguém gosta de admitir. No fim, sempre foi mais sobre composição do que instrumentos, mais sobre sociedades do que indivíduos, mais sobre personalidade do que ideologias políticas.